Hoje em dia, muitas e muitas vezes, expressões como -“exercer a vossa justiça diante dos homens com o fim de serdes vistos por eles”(Mt 6:1), “tocar trombeta nas sinagogas e nas ruas ao dar esmolas” (Mt 6:2), “orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças” (Mt 6:5) – permanecem em nosso meio. A roupagem mudou, mas a ideia permanece.
Cabe a cada um de nós a analise do próprio coração – que é enganoso mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto (Jr 17:9) – sobre o porque de muitas vezes quando exercemos nossos ministérios, servimos em uma viagem missionária ou em alguma ação social, quando pregamos em algum lugar, ou quando servimos em qualquer dimensão da vida sentimos uma necessidade tão grande de mostrar isso nas redes sociais através de fotos, de vídeos ou de relatórios. É serviço ou “ser visto”? Não seria essa uma “nova roupagem” de ser visto pelos homens com o fim de receber louvor?
É serviço ou ‘ser visto’?
Quando, por exemplo, analisamos os relatos missionários encontrados no livro de Atos dos Apóstolos, fica patente que é registrado o que Deus estava fazendo. Se lermos muitos dos relatórios missionários de hoje perceberemos registros de números e estatísticas do que o homem tem feito e pouquíssimo do que Deus tem realizado. Não seria essa uma “nova roupagem” de ser visto pelos homens para receber louvor?
Ao avaliar meu coração chego a conclusão que muitas vezes usei dessas roupagens e a sentença pra mim, se permaneço assim, e pra quem permanece usando esse tipo de roupagem é que já recebemos nossa recompensa ao sermos louvados pelos homens e não sobra pra nós galardão algum da parte de Deus. É isso que queremos? Reconhecimento de homens? Que os homens olhem pra nós e nos louvem?
O fato é que Deus é o Senhor e não divide a Sua glória com ninguém (Is 42:8). Devemos ouvir o ensino de Jesus, quando ele disse “assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:16). Mas deixar nossa luz brilhar para a glória de Deus é totalmente diferente do desejo de nos expormos para sermos vistos e glorificados pelos homens, e, como nosso coração é enganoso a linha entre um e outro é muito tênue.
Mateus 6:1, 2, 5 nos chama a vigiar nossas intenções com o propósito de examinar nosso próprio coração.
Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste… Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa… E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
Que Deus tenha misericórdia de nós. Que Ele nos livre de termos um coração hipócrita, e que, contra a idolatria de nós mesmos, oremos em sinceridade como o Salmista: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade”(Sl 115.1).
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