No livro de 2 Samuel, no capítulo 15.1-5, narra-se o caminho que Absalão começou a trilhar para usurpar o reino do seu pai Davi. O texto nos mostra um costume da época, no qual os súditos do reino iam ao encontro do rei para resolverem algumas questões em juízo. Sabendo disso, Absalão ficava na porta da cidade aguardando esses homens e dizia-lhes: “Olha, os teus negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do rei.” (v. 3). Absalão começou minando o coração do povo maculando a pessoa do rei (liderança), rotulando-o como alguém q não se importava com o povo e logo em seguida apresentava-lhes o “messias”, aquele que realmente se preocupava com as questões do povo, que iria salvar os oprimidos resolvendo as suas questões, como nos mostra o texto bíblico: “Dizia mais Absalão: Ah, quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça! “(v. 4)
Absalão estava determinado a destronar o rei e usurpar o trono para si. Não existia nele nenhum temor a Deus, pois, todos sabiam que o próprio Deus colocara Davi como rei da nação de Israel. Também não existia nenhum respeito e honra ao rei, que era o seu pai. Muitos justificam o caminho de Absalão pelas “feridas” que ele tinha no coração devido as faltas do seu pai Davi, contudo, esse tipo de pensamento é construído a partir de uma cosmovisão liberal, que tenta justificar o pecado. O caminho de Absalão revela um coração iníquo! Diferente do seu pai Davi, que, em outro momento, antes de ser rei, foi perseguido pelo rei Saul e teve oportunidade de matá-lo. Entretanto, sua atitude diante de tal adversidade era: “O Senhor me guarde, de que eu estenda a mão contra o ungido do Senhor…” (1 Sm 26). O coração de Davi não era mediado pela circunstancias que ele estava passando, mas, sim, por uma contemplação da mão do Senhor, mesmo em meio a injustiças contra ele. Davi não perdera de vista os preceitos do Senhor em meio ao caos.
O coração de Davi não era mediado pela circunstancias que ele estava passando, mas, sim, por uma contemplação da mão do Senhor
A narrativa bíblica continua e nos apresenta outra atitude de Absalão a fim de obter êxito naquilo que intentava em seu coração: “Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e pegava dele, e o beijava. E desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; assim furtava Absalão o coração dos homens de Israel.” (v. 5-6). Os súditos do reino, ao se encontrarem com o rei ou o seu representante real, se curvavam perante este em reverência/honra a autoridade constituída por Deus. Absalão muito “bem” intencionado e cheio de “compaixão” e “amor” para com o povo, puxava-os e os beijava e com isso assaltava o coração do povo.
Vivemos dias onde muitos Absalões têm se levantado no meio da igreja. Homens que estão dentro da comunidade e buscam minar a autoridade da liderança com discursos cheios de “espiritualidade” a fim de assaltar o coração do povo. Eles trilham um caminho com aparência de piedade, mas, seu fim é a glória do seu próprio nome. Falam muito em Jesus, mas vivem sendo o senhor da própria vida e da igreja, minando a igreja com um pseudo-evangelho cheio de práxis a fim de romantizar a visão. Costumam rotular que toda a instituição está falida e que só aideia deles é, de fato, o evangelho de Cristo Jesus. Argumentam que a doutrina não é boa para a igreja, pois, esta divide o povo. Não obstante, o serviço e os relacionamentos são bons. Pois eles, supostamente, unem pessoas.
O caminho de Absalão tem se perpetuado. O apostolo Paulo teve que lidar contra esse caminho em algumas comunidades onde homens iníquos se levantavam para colocar em cheque a autoridade do apostolo e os seus ensinos. Na carta às igrejas da Galácia, o apostolo Paulo questiona aquelas igrejas que estavam passando tão depressa para “outro evangelho” onde, na verdade, não existe outro evangelho, o que existem são homens ímpios querendo transtornar a mensagem do evangelho (Gl 1.7). A posição de Paulo é que se alguém ou até ele mesmo anuncie outro evangelho além daquele que eles (Apóstolos) já tinham anunciado, este seja considerado anátema.
O apostolo questiona aqueles irmãos: “Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.”
(v. 10). Paulo chega a afirmar que se ele pregasse um evangelho que busca agradar a homens, ele não seria servo de Cristo. A proclamação do evangelho visa a glória de Deus e não a dos homens. Se colocarmos em cheque o anuncio do evangelho, colocaremos em cheque a única mensagem que pode transformar e salvar pecadores. A mensagem da cruz precisa ser a única mensagem proclamada pela igreja de Cristo Jesus. “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” Lc 9.23
Deus estabelece a liderança do seu povo para capacitação
Sabote a autoridade dos líderes que Deus colocou sobre a sua igreja e com isso você terá êxito em um caminho maldito, que visa a aprovação dos homens. Deus estabelece a liderança do seu povo para capacitação (Ef 4.11-12), para que assim o povo aprenda o seu propósito como igreja: Adoração, edificação do corpo e evangelização do perdido. Precisamos resgatar o temor a Deus, honrando a Deus ao cooperar com a liderança estabelecida por Ele.
Fuja de um “evangelho” que agrada ao seu ego! Fuja de um “evangelho” que o deixe na zona de conforto com o seu pecado! Fuja de um “evangelho” licencioso! Fuja de um “evangelho” que negocia a verdade! Fuja de um “evangelho” que justifica um caminho pecaminoso! Fuja dos Absalões que tem proclamando esses caminhos com um beijo!
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